Especulações

Ronaldinho no Milan? Eto’o na Inter? Kaká e Cristiano Ronaldo no Real Madrid? Esqueçam.

Na temporada 2007, o camisa 7 do Brasil e o atacante camaronês continuarão no Barça. Kaká seguirá no Milan e o Ronaldo português, no Manchester.

Isso sim deveria ser manchete nos jornais europeus. Não é, porque dessa maneira eles não vendem seus exemplares.

Enfim o trio

O melhor esquema tático para um time que conta com Robinho, Kaká e Ronaldinho é o 4-2-3-1. Dunga o utilizou contra o Chile e venceu por 4 a 0. Com exceção do meia Elano, que atuou como volante, todos fizeram as funções que fazem em seus clubes.

Quatro defensores, dois volantes, uma linha de três no meio e um atacante. Com Robinho (direita), Kaká (centro) e Ronaldinho (esquerda), o Brasil deitou e rolou pra cima dos chilenos. Ao meu ver, Elano deveria ser reserva quando estes três atuam. Seria o caso de escalar alguém que conheça bem a posição de volante, como Mineiro, que entrou no segundo tempo.

O 4-2-3-1 é um esquema adaptado aos jogadores que temos. Não são jogadores tentando se adaptar ao esquema. Isso é ótimo para quem tem pouco tempo para treinar, como é o caso da seleção brasileira.

Jogar na seleção é fácil

Cássio é bom goleiro? É. E terá um brilhante futuro pela frente. Na opinião deste que vos escreve, a convocação do goleiro gremista é precoce. Dunga, às vezes, se contradiz em seus argumentos para convocar ou não um jogador. No início de seu trabalho frente à seleção, o técnico não chamou Ronaldinho, por achar que este estava devendo futebol depois da Copa do Mundo.

O mesmo deveria valer para Cássio e outros como Denílson (Arsenal) e Carlinhos (Santos), reservas em seus respectivos times, que já vestiram a amarelinha. Como é que um reserva merece ser convocado? Se ele atua no Brasil, é quase certo que tem alguém, da mesma nacionalidade, jogando melhor que ele. Não podemos dizer o mesmo dos que atuam na Europa.

Concordo que a seleção precisa fazer testes com novos jogadores, mas desde que esses façam por merecer a chance que têm. Como? Sendo titulares de seus clubes e jogando muita bola. Da mesma maneira que Dunga e tantos outros jogaram para vestir a camisa do Brasil.

Avante Palestra

A boa vitória do Palmeiras sobre o Sertãozinho, no último domingo, colocou o time de volta ao grupo dos quatro primeiros colocados. Que Edmundo e Valdívia vêm jogando bem todos sabem. Mas o Palmeiras de ontem, mostrou também ter pelo menos mais três bons jogadores que fizeram a diferença: Wendel, Martinez e Michael.

O primeiro, que é volante de origem, parecer ter se firmado de vez na lateral direita. Tem força, velocidade e marca muito bem. Martinez, além do golaço, organizou o meio campo e com muita elegância. E Michael, o meia que estava sendo aproveitado na ala esquerda, voltou a sua posição natural e também fez um grande jogo.

O Palmeiras não está no nível de Santos e São Paulo, mas está ganhando corpo e padrão de jogo, ao contrário do Corinthians. Leão tem mais tempo de comando que Caio Júnior, mas o time do Parque São Jorge ainda apresenta muitas deficiências e pode não ter o mesmo sucesso a longo prazo. Pelo menos essa é a sensação.

Cadê o Ronaldo, Ronaldo?

Kaká, Messi e Ronaldinho. Na ordem, são os três melhores do mundo para Ronaldo, segundo o jornal As. É uma senhora lista, mas o atacante do Milan esqueceu-se de um nome, e muito comum a ele por sinal: Cristiano Ronaldo.

Ninguém tem jogado mais que o português depois da Copa da Alemanha. Forte, rápido, criativo, habilidoso, incisivo e agora também goleador. Cristiano é o vice-artilheiro do Campeonato Inglês, com 16 gols, dois a menos que Drogba, do Chelsea.

Igualdade dentro e fora de campo

Santos e São Paulo empataram em 1 a 1 na Vila Belmiro. O São Paulo, de Ilsinho, foi melhor no primeiro tempo e o Santos, de Pedrinho, melhor no segundo. No gol do São Paulo, o excelente lateral-direito convocado por Dunga, fez o que melhor sabe fazer: apoiar. Completou o cruzamento de Hugo num momento sonolento da defesa santista para fazer 1 a 0.

Na segunda etapa, o Peixe pressionou demais o recuado Tricolor. Boas chances eram criadas pelo lado esquerdo, especialmente com Pedrinho. Ilsinho, desta vez, tentava fazer o oposto do que fez no primeiro tempo: marcar. Não foi feliz e acabou sendo substituído por Reasco. De nada adiantou a alteração, pois, Carlinhos, lateral que também já foi convocado por Dunga, iniciou uma jogada por aquele lado e fez o gol de empate.

Para equipes que têm ótimas estruturas, jogadores e treinadores, o jogo não deveu em nada. As campanhas, tanto no Paulistão como na Libertadores, justificam o excelente trabalho que ambos fazem dentro e fora dos gramados e também o porque são considerados os dois melhores times do Brasil, na atualidade.

Liga dos Campeões da Inglaterra

Barcelona e Real Madrid eliminados. Inter e Lyon também. A Liga dos Campeões chega às quartas-de-finais e o que constatamos é o domínio do futebol inglês na competição. São três times (Chelsea, Liverpool e Manchester United) entre os oito que ainda disputam o título. Atual vice-campeão, o Arsenal é o único que está fora.

O Chelsea tem o melhor elenco. O Manchester é o que está jogando melhor. E o Liverpool parou o atual campeão. Bayern, PSV, Milan, Roma e Valencia não apresentam argumentos para serem apontados como favoritos. E com exceção do PSV, nenhum deles vai bem das pernas nos campeonatos nacionais. A tendência é que o campeão saia da Inglaterra.

A vitória da organização

No clássico do último domingo, o Palmeiras sufocou o Corinthians, explorou as deficiências nas laterais do rival e venceu por 3 a 0. O time alviverde mostrou que organização e treinador ganham jogo. Enquanto o alvinegro teve a prova de que jogar com três volantes não é sinônimo de proteção à defesa. Valdívia e Edmundo deitaram e rolaram diante de um Corinthians apático, mal escalado e mal preparado fisicamente por Emerson e Fernando Leão, respectivamente.

Caio Junior mostrou ter futuro como treinador. E Edmundo mostrou que ainda tem futuro como jogador, desde que faça o que fez ontem: jogue como meia quando o time tem a bola e atacante quando não tem. O torcedor corinthiano ficou muito triste com a derrota. Mais ainda quando no mesmo dia, viu Carlitos Tevez fazer seu primeiro gol pelo West Ham, após 199 dias sem marcar. Mesmo com péssimas atuações, ele ainda deixa saudades no time do Parque São Jorge.

Giggs 700

O Manchester United venceu o Liverpool por 1 a 0, em Anfield Road, e mostrou estar contando com a sorte para chegar ao seu 16º título inglês. O’Shea fez o gol nos acréscimos da etapa final, quando o time jogava com um a menos e tomava pressão do adversário. Van der Sar, com defesas importantíssimas, fechou o gol.

Mas o grande destaque ficou por conta de Ryan Giggs. O galês, de 33 anos, completou 700 jogos com a camisa dos Red Devils. Há 16 anos no clube, há quem assegure que ele permaneça por mais duas ou três temporadas. Seria a grande chance para o meia tentar igualar a marca de Bob Charlton, maior ídolo do futebol inglês, que tem 54 jogos a mais.

Lá vem o Pato

O Inter venceu o Emelec por 3 a 0 e Alexandre Pato brilhou mais uma vez. Estreando no Beira Rio, ele deu o passe para o gol de Índio e ainda fez o seu de maneira espetacular.

O curioso é que ele jamais jogou os 90 minutos das cinco partidas que fez com a camisa colorada. E mesmo assim, marcou quatro gols, conquistou um Mundial de Clubes e vale cerca de 20 milhões de euros (R$ 56 milhões), com apenas 17 anos.